O azeite afia a mente

Pesquisa mostra, pela primeira vez, por que o óleo de oliva melhora a função cognitiva e ajuda a preservar a memória

Uma colher de sopa por dia. Apenas esta quantidade de azeite e, depois de seis meses, seu cérebro já estará mais afiado. Parece simples, e é, segundo o cientista Domenico Praticò, da Temple University, nos Estados Unidos. Domenico é professor de Farmacologia e Microbiologia da instituição e dedica parte de seus estudos a pesquisar de que forma nutrientes notavelmente saudáveis promovem seus efeitos. Foi exatamente isso o que ele fez em seu último artigo, que acaba de ser publicado na revista científica Annals of Clinical and Translational Neurology, em relação ao óleo de oliva.

LIMPEZA DE NEURÔNIOS

Desde que o alimento mostrou-se eficaz, especialmente na proteção da saúde cardiovascular, o interesse científico a seu respeito cresceu. Nos últimos anos, ganharam corpo as investigações sobre o benefício do óleo para o cérebro e de que forma ele se daria. Domenico usou cobaias e conseguiu, agora, fornecer as primeiras informações que explicam porque seu consumo regular melhora as funções cognitivas e a memória.
Os animais eram programados para apresentar o modelo da Doença de Alzheimer: manifestar distúrbio de memória e acúmulo de placas amilóides em determinadas regiões cerebrais. Essas placas são formadas por proteínas que se depositam sobre os neurônios, prejudicando seu funcionamento. As cobaias foram divididas em dois grupos. O primeiro recebeu uma dieta rica em azeite, enquanto o outro foi alimentado com ração normal. A alimentação foi introduzida quando as cobaias tinham seis meses, antes do aparecimento dos primeiros sintomas.
A biópsia do tecido cerebral feita posteriormente revelou que o óleo reduziu a inflamação no cérebro e, mais do que isso, estimulou a limpeza realizada pelas células nervosas para se livrar de toxinas e de amilóides. Esse mecanismo, chamado autofagia, é vital para a saúde dos neurônios. Para se ter uma ideia de sua importância, detalhes sobre como ele se dá renderam ao japonês Yoshinori Ohsumi o Prêmio Nobel de Medicina do ano passado.
Domenico impressionou-se com o que viu. “A integridade entre as sinapses, as conexões entre os neurônios, estava intacta entre os que ingeriram o óleo”, disse à ISTOÉ. A intensidade da autofagia também o surpreendeu. “É uma descoberta importante, já que o processo ajuda a impedir várias doenças neurológicas degenerativas.”

MAIS FORTE DO QUE SE IMAGINAVA
O que foi demonstrado pelos cientistas

O consumo de 1 colher de sopa por dia, depois de 6 meses, promove:
1. Redução da inflamação no cérebro
2. Aumento da autofagia, processo pelo qual as células nervosas fazem a limpeza de toxinas ou de proteínas que não funcionam como deveriam
3. Esses compostos podem se depositar sobre os neurônios, formando placas que prejudicam seu funcionamento
4. O acúmulo da proteína Tau, por exemplo, está associado à Doença de Alzheimer

Fonte: Istoé – 23.06.17

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